Ensino a Distância no Brasil: o perfil do aluno e do mercado atual

Em 2009, o Brasil somava 528 mil matrículas em cursos à distância. Em 2017 esse número cresceu 1.358% para 7,7 milhões de estudantes – oferecendo uma importante colaboração para o desenvolvimento do país.

Se você pensa em investir em criar cursos online ou procura uma maneira de otimizar o ensino na sua universidade, é importante conhecer o mercado atual do ensino à distância e quem é o aluno que contrata esse tipo de ensino. Por isso que a Abed (Associação Brasileira de Educação a Distância) realizou um censo que levanta dados sobre o mercado atual desse segmento.

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Cursos oferecidos atualmente

De acordo com o censo realizado, que utilizou dados obtidos através de 351 instituições que se voluntariaram a responder o questionamento, até o final de 2017 eram 29.742 cursos oferecidos para o público. Esse dado engloba não apenas o ensino superior – seja ele totalmente a distância ou semipresencial – como também os cursos livres.

Os cursos livres são os que
acumulam o maior número de inscritos: 3.839.958 estudantes, seguido dos cursos
corporativos (1.459.813), ensino superior totalmente a distância (1.320.025) e
o ensino superior semipresencial (1.119.031).

O ensino superior totalmente a
distância teve uma ascensão rápida do número de alunos em cursos dessa
modalidade entre 2009 (528.320) e 2012 (1.141.260), quando foi criada a maioria
das instituições formadoras em EAD, seguida de uma queda entre os anos de 2013 (692.279)
e 2015 (498.683).

Mas a associação afirma que o mercado EAD é muito ágil na recuperação do número de alunos. E os números não mentem: desde 2015 houve uma nova ascensão, extremamente rápida, em 2017 (1.320.025), com a flexibilização legal da oferta.

O Censo também contabilizou 14 instituições de EAD com menos de um ano de existência, o que não ocorria há um bom tempo neste levantamento. Com relação aos polos, o crescimento foi extremamente relevante: dos 11.008 polos contabilizados, 3.137 foram criados em 2017, sendo que 30% deles foram criados em cidades em que as respectivas instituições ainda não atuavam, e a proporção de polos no interior em comparação com as capitais aumentou de 65 para 78% dos polos.

Gastos com cursos a distância

Das
instituições que ofertam cursos regulamentados totalmente a distância, 17% cobram
(ou afirmam que os alunos custam) entre R$ 251 e R$ 500, e 5% afirmam cobrar
menos de R$ 100.

Segundo o censo da Abed, a grande maioria dos cursos que custam mais de R$ 500 são presenciais, sendo que 2% das instituições que ofertam 77 cursos regulamentados totalmente a distância afirmam cobrar (ou ter custos) entre R$ 1.000 e R$ 2.000 ao mês, e 1% afirmam cobrar (ou ter custos de) mais de R$ 2.000.

O perfil do aluno EAD

As mulheres são maioria na internet. Pelo menos na aprendizagem online. De acordo com o censo, as mulheres são maioria no ensino superior totalmente a distância (55,7), semipresenciais (66,9) e nos cursos livres (54,9). Nos cursos corporativos os números se igualam, com as mulheres representando 49% e os homens, 51%.

Os alunos entre
26 e 30 anos representam a maior parte dos estudantes, com 47,7%. A faixa
etária dos 31 aos 40 anos segue em segundo lugar, com 30,1% e os jovens, entre
21 e 25 anos são 16,3% do total.

A maioria dos
alunos que frequentam o ensino superior
totalmente a distância ou semipresencial vêm da escola pública (63% e 66%). Nos
cursos corporativos, a discrepância não é tão grande, mas o número ainda é
superior, visto que no país há mais alunos oriundos de escolas públicas.

Já nos cursos livres, os alunos de escola particular representam a maior parte, com 58,6%.

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